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Clarabóia

Clarabóia

08.04.20

Tudo o que sei sobre o amor | Dolly Alderton


Raquel Patrício

Sinopse: "Quando se trata das provações e triunfos da jornada até à idade adulta, a jornalista e ex-colunista do Sunday Times, Dolly Alderton, já viu e experimentou de tudo. Ela descreve-nos vividamente o processo por que passamos quando nos apaixonamos, a luta contra a autossabotagem, a procura de um emprego, o que é dar uma festa desastrosa cuja temática é o Rod Stewart, apanhar uma bebedeira, levar com os pés, perceber que o Ivan da loja da esquina é o único homem com o qual sempre pudemos contar, e descobrir que as nossas amigas estão sempre lá, no fim de cada noite de desgraça. Este é um livro sobre encontros para esquecer, boas amigas e - acima de tudo - sobre sabermos reconhecer que somos suficientes. Dolly Alderton sobreviveu (à tangente) aos seus Vintes e, em Tudo o Que Sei Sobre o Amor, apresenta-nos uma descrição impávida dos encontros catastróficos e dos apartamentos miseráveis, dos desgostos de amor e das humilhações e, o mais importante, das inquebráveis amizades femininas que a ajudaram a aguentar-se. Cheio de humor, coração e perspicácia, este é um livro para dar a todas as mulheres que já passaram por lá ou que estão prestes a dar o primeiro passo rumo ao resto da sua vida." Fonte: WOOK

 

"Tudo o que sei sobre o amor" é um livro que descreve alguns anos de vida da autora, desde a sua juventude até aos 30. A sua escrita é bastante característica, muito irónica e carregada de sentido de humor. Ao longo do livro, são abordados vários temas segundo a perspetiva de Dolly e tendo por base as suas próprias experiências como o amor, a amizade, o crescimento e a responsabilidade, as relações românticas e os engates, a diferença entre intensidade e intimidade, o abuso do álcool e drogas.

A história começa no início dos 20 anos da autora, com uma fase muito problemática, rodeada de engates fáceis, sexo sem compromissos, muito álcool e drogas e nenhuma dedicação aos estudos. Com a entrada na faculdade, estes problemas agravam-se. Mais tarde, a melhor amiga de Dolly inicia uma relação mais sólida e esta debate-se com os ciúmes e a falta de tempo da sua amiga. O livro aborda bastante bem as relações interpessoais que construímos com as pessoas que nos são mais próximas e as mudanças que estas sofrem com o decorrer da vida. Gostei bastante desta perspetiva de Dolly acerca da relação da sua amiga, como lidou com a saída de casa da mesma e com a notícia do seu noivado.

A meio do livro, Dolly descreve a crise e o sofrimento em que vivia, por se dedicar demasiado aos outros e em tornar toda a gente feliz, em vez de se preocupar com a sua própria felicidade. A autora entra num processo de autodescoberta e de mudança profunda, tomando consciência dos seus erros passados e dos verdadeiros motivos que estavam por trás dos mesmos.

Devo confessar que o início do livro não me cativou, porque não consegui sentir qualquer ligação com aquela personagem. Nunca senti os exageros da adolescência, de viver no limite, de ter que somar o máximo possível de experiências radicais e intensas. Porém, ainda bem que lhe dei uma oportunidade porque os temas abordados começaram a ganhar outra profundidade. Penso que é um livro com que qualquer pessoa se consegue relacionar com a personagem, pelo menos numa das muitas situações descritas.

Avaliação: 6,5/10