A minha avó pede desculpa | Fredrik Backman
Mais um livro de Backman, mais um livro que ficará no coração.
Neste livro, o autor conta-nos a história de Elsa, uma menina de 7 anos (prestes a fazer 8) que tem como sua melhor (e única) amiga a sua Avozinha. Elsa é uma menina bastante inteligente e particular, o que faz com que as outras crianças da escola gozem com ela e a maltratem. A sua avó, sabendo disto, nunca deixa que Elsa fique triste, criando sempre uma grande aventura para tornar aqueles dias da neta memoráveis, pela sua presença. Além disso, Elsa é filha de pais separados e a sua mãe está agora grávida do seu novo companheiro, vindo a ter um meio irmão, que Elsa apelida de Meiinho.
O Papá atrasava-se sempre a ir buscar Elsa à escola. A Azovinha nunca se atrasava. Elsa tentou compreender qual o significado exato de "ironia" e tem quase a certeza de que um bom exemplo é o facto de o Papá nunca se atrasar para mais nada a não ser para a ir buscar à escola, e de a Avozinha estar sempre atrasada para tudo, exceto para isso.
Para além disso, a sua avó encontra-se bastante doente, com cancro. Quando morre, na noite mais triste que Elsa tem memória, acaba por deixar à sua neta um conjunto de cartas a pedir desculpa pelos seus comportamentos, para Elsa entregar aos restantes moradores do prédio, fazendo com que a neta crie um conjunto de amizades improváveis mas que lhe irão dar uma grande dose de coragem.
- É difícil ajudar quem não se quer ajudar a si próprio.
- As pessoas que querem ajudar-se a si próprias não costumam ser as que mais precisam da ajuda dos outros - contrapõe Elsa.
Este é um livro que se lê super bem! Tem uma escrita bastante leve, fluida, bastante fácil de acompanhar. Em certos momentos, podemos até considerar um pouco acriançado, uma vez que toda a história é centrada numa personagem de 7 anos. Contudo, facilmente ganhamos um grande carinho por Elsa e uma grande admiração pela sua Avó que, apesar de excêntrica, é uma pessoa com um enorme coração, sempre pronta a ajudar quem a rodeia. Fartei-me de rir ao longo deste livro, tem passagens verdadeiramente hilariantes.
Porém, isto já parece ser uma característica muito vincada nos livros de Backman: mesmo retratando temas sérios como a morte, o amor, a tristeza ou a solidão, o autor consegue sempre conferir uma boa dose de humor. Na minha opinião, preferi o "A Man Called Ove"; contudo, este não deixa de ser um livro muito bom!
E por aí, fãs de Backman? Quem é que vai dar uma oportunidade a este autor neste novo ano?
Avaliação: 8/10